De vez em quando, os investigadores científicos que trabalham em Portugal ficam surpreendidos com o que lêem nos jornais sobre o estado da ciência portuguesa. São aumentos de investimentos excepcionais do Estado de que os investigadores nem se apercebem; são investimentos maciços de empresas a que nenhum deles consegue deitar mão.
Há poucos dias, os portugueses foram informados (Expresso, 13 de Dezembro) que Portugal, depois de séculos de esforços infrutíferos, se encontra finalmente na “liga dos países que fazem ciência”, isto é, no campeonato mundial ─ para falarmos em termos futebolísticos. Conseguido este estatuto, o grande desafio é agora ganhar o campeonato porque “a partir daqui a competição internacional vai tornar-se mais dura e exigente”. É que as dificuldades são maiores na nova liga.
Segundo nos informa o Expresso, as condições de trabalho dos investigadores científicos que trabalham em Portugal são iguais às de Itália e de Espanha e aproximam-se, a largos passos, das da Irlanda. O sonho irlandês finalmente está ao nosso alcance porque os investimentos em I&D das empresas nacionais já ultrapassaram a despesa do Estado.
Segundo nos informa o Expresso, as condições de trabalho dos investigadores científicos que trabalham em Portugal são iguais às de Itália e de Espanha e aproximam-se, a largos passos, das da Irlanda. O sonho irlandês finalmente está ao nosso alcance porque os investimentos em I&D das empresas nacionais já ultrapassaram a despesa do Estado.
Somos ainda informados que as empresas mais activas no esforço científico são as da energia, das comunicações, dos serviços financeiros e dos seguros, bem como a indústria automóvel e os serviços de informática. Faltou esclarecer que tipos de projectos estão abrangidos pela rubrica I&D e quais foram os resultados deste esforço, mas isto, provavelmente, não é relevante para o fim em vista.
De entre os resultados obtidos deverão estar certamente as inovações nacionais introduzidas nas centrais eólicas e solares recentemente instaladas no país; o design dos telemóveis de 5ª geração; a solução da crise financeira internacional; os métodos de seguro inovadores que, na presente crise, livraram da falência grandes empresas; os processos que levarão à reestruturação da indústria automóvel americana e, principalmente, o supercomputador Magalhães.
Segundo o Expresso, os únicos insucessos deste hercúleo esforço nacional de I&D são a industria química ─ muito provavelmente porque já tudo foi descoberto, digo eu ─ e “a construção e a indústria de equipamentos”, que desafortunadamente não mereceram a atenção devida dos nossos investidores em I&D.
Com um panorama tão brilhante e promissor para o I&D nacional, vamos ultrapassar esta crise com uma perna às costas, os cientistas portugueses não vão ter mãos a medir para gastar os investimentos do Estado e das empresas e em breve ─ como todos esperam ─ teremos um novo Nobel português.
Apesar de absorvidos por toda esta actividade, talvez possamos ainda dar uma mãozinha aos nossos “hermanos” aqui do lado, ajudando-os a construir mais meia dúzia de Laboratórios Ibéricos de que eles tanto necessitam para o seu desenvolvimento científico e industrial.
2 comments:
Fico feliz por esta perspectiva tão fantástica no que diz respeito à I&D.
Quase que me considero uma pioneira neste campo. Mal saí da faculdade fiz investigação aplicada numa multinacional da área da Química; alguns anos mais tarde desisti pois não tinha qualquer tipo de retorno.
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