Friday, June 6, 2008

Faz hoje 60 anos


Em Junho de 1948, a morte de Louis Lumière foi noticiada em todo o mundo.
A revista portuguesa Cinema de Amadores noticiou-a também num pequeno editorial que aqui transcrevo:

Faleceu em 7 [mais correctamente em 6] do corrente mês de Junho, em Bandol, no Var, o cientista Luís Lumiére que com o seu irmão Augusto Lumiére realizou em 1895 a primeira câmara cinematográfica de movimento intermitente capaz de registar em filme o desdobramento do movimento real e o aparelho de projecção destinado a restituir esse movimento no écran. Foram eles que em 27 de Dezembro do mesmo ano apresentaram o seu invento ao público parisience na cave do «Grand Café». A perfeição cinematográfica foi conseguida pelos dois inventores logo na primeira apresentação pública. Os sucessivos aperfeiçoamentos não alteraram a essência das duas máquinas dos irmãos Lumiére, mas permitiram todo o posterior desenvolvimento do cinema, guindado hoje à categoria de uma nova Arte. Mas, Augusto e Luís Lumiére não foram ùnicamente os inventores do cinema. Eram cientistas que dedicaram toda a sua vida a pesquizas fotográficas e ao aperfeiçoamento da invenção que os tornou célebres: o cinematógrafo. Juntamente com A. Seyewetz apresentaram em 1898 um enfraquecedor de persulfato de amónio. Em 1900, registaram um novo aparelho o «Photorama», destinado ao registo e projecção de um horizonte completo. Em 1907, inventaram as chapas autocromas, o primeiro processo sério da fotografia a cores pelos sistema aditivo. Em 1912, Luís Lumiére registou a patente de um aparelho denominado «Foto-estereo-síntese» que dá a ilusão de um sólido por sobreposição de diapositivos, cada um deles representando um plano desse sólido. A Humanidade perde em Luís Lumiére um dos seus mais brilhantes expoentes. Não desapareceu ùnicamente o cientista inventor do Cinema, mas o homem simples, sem vaidade, que toda a sua vida trabalhou pelo enriquecimento do nosso património.

Não é referido neste texto que Louis Lumière era um admirador incondicional de Benito Mussolini, fuzilado pela Resistência italiana em 1945, e que defendia a capitulação do seu país perante o poderio germânico …
No melhor pano cai a nódoa, como diz o nosso povo…

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