Saturday, January 12, 2008

O mito das lâmpadas eternas


Hoje mais do que nunca, a concretização do sonho alquímico envolvendo a descoberta de um combustível inconsumptível, faria as delícias de qualquer macro- ou micro-economista. Com esse achado, ficariam resolvidos todos os problemas levantados pela crise petrolífera que desgasta as economias das nações desenvolvidas e vicia as dos países produtores de petróleo.

Na esperança de que o despertar deste mito possa ter alguma utilidade para economistas e inventores modernos, relatemos o que se pensava nos séculos XVI e XVII acerca das lâmpadas eternas e do seu inesgotável depósito de combustível. De acordo com H. Carrington Bolton num artigo intitulado Legends of sepulcral and perpetual lamps, publicado no Monthly Journal of Science de Novembro de 1879:

Durante os séculos XVI e XVII parece ter existido uma crença, muito real e amplamente dominante, na efectiva existência de lâmpadas eternas. Muitos escritores eruditos defendiam que os antigos conheciam a preparação de um combustível fluido, que, enquanto ardia e produzia luz, não diminuía nem em quantidade nem em potência. Lâmpadas alimentadas por esse maravilhoso líquido foram colocadas em túmulos pelos antigos romanos, e continuaram acesas até ao momento em que um qualquer explorador descuidado violava os espaços subterrâneos dos defuntos, permitindo a entrada do ar e provocando assim o tremeluzir da chama e a sua rápida extinção. Estas lâmpadas maravilhosas ardiam com uma luz tanto mais brilhante quanto menos ar houvesse, extinguindo-se inevitavelmente com a entrada de ar.

Foram muitas e variadas as tentativas dos alquimistas antigos na busca de receitas para o milagroso combustível que alimentava as chamas eternas. Algumas dessas receitas ficaram registadas em livros que chegaram até aos nossos dias, mas, até hoje, ainda se não descobriu nenhuma que funcionasse…

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