Wednesday, December 26, 2007

A globalização não é invenção recente


Há quem defenda que a globalização foi iniciada pelos portugueses e espanhóis, no período dos Descobrimentos. Há quem ache que é uma invenção do século XXI, mas parece que já se revelava em meados do século XX. De acordo com a Gazeta de Física de Outubro de 1948, na edição francesa das Selecções Readers’s Digest de Maio de 1948 faz-se uma interessante descrição de um dia do homem “moderno” nestes termos:
Ao acordar ele está em pijama (veste de origem malaia). Olha para o relógio (invenção europeia da idade média) e vai para a casa de banho (porcelana da China, escova de dentes inventada na Europa no século XVIII, sabão dos Gauleses, «W.C.» imaginado por um romano original, navalha de barba: liga de ferro e carvão descoberta na Índia).
O pequeno almoço recorda-lhe inovações de outros povos e de outras épocas: o garfo (criação italiana da idade média), o café (planta da abissínia descoberta pelos árabes), o açúcar (descoberta nas Índias) as filhozes (escandinávias), a manteiga (na origem, um cosmético oriental), o «bacon» (suínos comestíveis do Sudeste asiático, fumados segundo um processo em uso na Europa setentrional).
Depois, no comboio (invenção inglesa), instala-se a fumar um cigarro (herança mexicana), lê o jornal (impresso em caracteres cridos pelos Semitas, graças a um processo alemão, sobre uma matéria inventada pelos chineses), etc. etc.
Passados 60 anos, não aumentou o número de países de onde são originários os objectos usados pelo homem moderno… Nota-se, porém, alguma preponderância dos objectos “made in China” ou em países vizinhos, sem marca ou com os nomes de empresas multinacionais …

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