Jardim da Europa, à beira mar plantado
De loiras e d’acácias olorosas;
De fontes e d’arroios serpeado,
Rasgado por torrentes alterosas;
Onde n’um cêrro erguido e requeimado
Se casam em festões jasmins e rosas;
Balsa virente d’eternal magia,
Onde as aves gorgeam noite e dia!
[…]
Qual no deserto o lasso viandante
Vai no oásis sentar-se ao fim do dia,
Achando extenuado, e arquejante,
Verdor, fontes, aroma, e harmonia;
E n’aquella atmosphera inebriante
Se alimenta, se farta, se extasia;
Tal és do sol oásis reservado,
Jardim da Europa, à beira-mar plantado!
Talvez o “jardim à beira mar plantado” que o poeta Tomás Ribeiro (1831-1901) tão bem imortalizou na introdução do poema D. Jaime (1862), esteja no subconsciente do povo português desde que precisou de descansar do heróico esforço dos Descobrimentos.
Wednesday, January 3, 2007
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